A ENDOMETRIOSE PODE CAUSAR INFERTILIDADE?
A ENDOMETRIOSE PODE CAUSAR INFERTILIDADE?
Estamos no Março Amarelo, mês dedicado ao tratamento e diagnóstico da endometriose.
A endometriose é uma doença caracterizada pela presença de partes do endométrio fora da cavidade do útero.
O endométrio é a camada que reveste internamente a cavidade uterina e é renovado mensalmente por meio da descamação durante o fluxo menstrual. Em algumas situações, esse tecido, além de ser eliminado em forma de menstruação, volta pelas tubas uterinas, alcança e se deposita na cavidade pélvica, levando a um processo de inflamação e desencadeando a doença. A endometriose pode estar presente em várias regiões da pelve (parede vaginal, ovário, bexiga e intestino). Em casos mais raros, é possível ser identificada até mesmo em regiões como pâncreas, pulmões e cérebro.
Sintomas
Cólicas menstruais mais acentuadas é um dos relatos mais comuns de pacientes com endometriose. Os sintomas variam muito de uma mulher para outra, sendo os mais comuns:
- Dor durante as relações sexuais;
- Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
- Diarreia e constipação durante o período menstrual;
- Distensão abdominal;
- Fadiga crônica.
Infertilidade
Por definição, a infertilidade é impossibilidade de um casal conceber um filho após o período de um ano de atividade sexual regular e sem o uso de métodos contraceptivos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade acomete de 50 a 80 milhões de pessoas no mundo e 8 milhões no Brasil. A causa poder estar associada a diversos fatores, como: diabetes, doenças cardiovasculares, infecções sexualmente transmissíveis (IST), câncer e desordens no sistema reprodutor. No entanto, em grande parte dos casos, permanece desconhecida. Disfunções no sistema imunológico têm grande participação no desenvolvimento da doença.
Apesar de haver muitos outros fatores associados à infertilidade, a endometriose é apontada como uma de suas principais causas. Cerca de 50% das mulheres inférteis são diagnosticadas com endometriose. Sabe-se também que uma mulher diagnosticada com a doença pode ter um risco até duas vezes maior de se tornar infértil.
Diagnóstico da endometriose
Os primeiros exames utilizados no diagnóstico da endometriose são os de imagem, pois permitem que o médico visualize as estruturas do aparelho reprodutor feminino e consiga identificar alterações. A ultrassonografia é de fácil acesso e amplamente utilizada na investigação inicial da doença. Muitas vezes, o médico solicita a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve para confirmação.
A laparoscopia com inspeção da cavidade abdominal e o exame anatomopatológico de lesões suspeitas também podem ser extremamente importantes para a confirmação do diagnóstico da doença, mas não são necessários em todos os casos.
Tratamento
O tratamento da endometriose, principalmente o cirúrgico, é considerado nos casos de dores pélvicas acentuadas. A videolaparoscopia, além de proporcionar uma visão panorâmica da região pélvica, tem a vantagem de permitir a realização de tratamento por correções cirúrgicas, como: cauterizações e liberação de tecidos aderidos.
Apesar de haver a opção de tratamentos cirúrgicos para a endometriose, muitos fatores devem ser considerados. Um ponto importante é que, na grande maioria dos casos, a cirurgia leva a um alívio temporário das dores. Por isso, nem sempre o médico considera essa conduta. As opções de tratamento são analisadas de acordo com as características clínicas individuais da paciente.
O desenvolvimento da endometriose está diretamente ligado aos efeitos do estrogênio. Por isso, medicamentos que modulam a produção desse hormônio também são alternativas para tratar a endometriose. Eles, porém, tem por objetivo a melhoria dos sintomas e não a atenuação da doença.
O desejo por uma gravidez espontânea é um fator muito importante que deve ser levado em consideração para a escolha do tratamento. Nesses casos, a cirurgia é levada em consideração, visto que o uso de hormônios altera o ciclo hormonal e a ovulação.
O melhor a se fazer é ficar atenta aos sintomas e procurar um médico. Assim, será possível prevenir a progressão da enfermidade.
São poucos os estudos que relacionam a nutrição à endometriose. No entanto, é sabido que uma dieta adequada é importante e pode levar à melhora dos sintomas. Ressalte-se também que a endometriose é uma doença inflamatória, portanto uma alimentação saudável que se proponha a reduzir a inflamação é muito importante.
Lembre: Hábitos de vida saudáveis são sempre benéficos à saúde como um todo. Associar uma alimentação equilibrada a um estilo de vida mais saudável com exercícios regulares certamente vai ajudar quem sofre com a endometriose a alcançar uma melhor qualidade de vida.